Por CampusOline / Leilane

Morador de Taguatinga-DF e funcionário da UnB por 44 anos, seu Antonio é responsável pelo viveiro de plantas há cerca de 30 anos. Seu cuidado com o viveiro permitiu que muitas plantas e mudas ainda possam ser utilizadas na recuperação dos jardins, que ficaram do dia 16 de fevereiro a 11 de maio sem manutenção – estima-se que ao menos 60% dos jardins foram perdidos. Com o trabalho de Seu Antônio, a Universidade economiza: as plantas do viveiro serão utilizadas para o plantio nos jardins e cercas dos 4 campi universitários.

Natural de Barreiras, Bahia, Antônio de Santana veio para Brasília em 1972, mesmo ano em que começou a trabalhar na Universidade de Brasília. Até os 18 anos, Seu Antônio, com é conhecido na UnB, trabalhava na roça e, ao completar a maior idade, decidiu morar na “cidade grande” onde as irmãs já estavam. Depois de plantar para colher o alimento para o dia a dia com a família no interior da Bahia, Antônio é hoje um jardineiro dedicado que ainda ama trabalhar com plantas.

Seu Antonio aprensenta o Viveiro com muito orgulho do trabalho feito em conjunto com outros funcionários
Seu Antonio aprensenta o Viveiro com muito orgulho do trabalho feito em conjunto com outros funcionários

Em Brasília, começou trabalhando em construção civil por três meses. Ficou sabendo pelo cunhado sobre uma nova vaga na Universidade. Começou no Instituto Central de Ciências (ICC) e trabalhou como auxiliar de jardinagem por 10 anos. Com o conhecimento adquirido foi formalizado com jardineiro do quadro de funcionários da UnB. Dois anos depois, foi transferido para o Viveiro da Prefeitura do campus, sendo até hoje o responsável pelo local.

O viveiro

O viveiro de mudas foi construído há mais de 30 anos. Nele são cultivadas mudas que serão plantadas nos jardins da universidade. Somente no ICC são 940m² de área de jardim interno. Depois de 15 a 20 dias em bandejas na estufa, as mudas começam a ter raiz e passam a ser desenvolvidas nas outras áreas do viveiro. Ainda com a manutenção de Seu Antônio, várias mudas passaram do momento de serem retiradas da estufa e não puderam ser aproveitadas. Com a ajuda dos funcionários da empresa terceirizada, os quais já trabalhavam no viveiro anteriormente, foi feita uma limpeza no local e novas mudas são feitas.

O viveiro de plantas fica localizado na Prefeitura do Campus Darcy Ribeiro, próximo ao Centro de Convivência Negra.

O Legado

Seu Antônio tornou-se chefe do viveiro e chegou a trabalhar inicialmente com seis pessoas, de um total de 18. Atualmente, são dois funcionários terceirizados da UnB que auxiliam neste trabalho. Florisvaldo Pereira, que trabalha na UnB há 21 anos, já completou 18 anos trabalhando com seu Antônio. “Até hoje gosto muito de trabalhar com ele!”. Para Florisvaldo, o viveiro tem uma importância muito grande  para os jardins da universidade e lembra que a UnB poderia ter tido um gasto mais elevado se o viveiro também ficasse sem manutenção. “Se seu Antonio não tivesse aqui nesse período, muitas plantas que já estavam aí poderiam morrer e seria necessário começar tudo de novo”.

Florisvaldo e auxiliar trabalham em novas mudas para serem desenvolvidas na estufa do viveiro
Florisvaldo e auxiliar trabalham em novas mudas para serem desenvolvidas na estufa do viveiro

O coordenador de Parques e Jardins da UnB, João de Salles, lembra que quem mantém o viveiro é o jardineiro. “Seu Antônio é como um professor aqui na UnB. Ele entende de tudo, de todas as plantas. É um professor de Jardinagem!”. Afinal de contas, seu Antônio também ajuda nas aulas que são ministradas no local, explicando o funcionamento do viveiro aos alunos, a pedido dos professores.

É com muito amor que seu Antônio apresenta o viveiro a todos que queiram conhecê-lo. Trabalha oito horas por dia e diz gostar muito da UnB. ”Esse tempo todo que eu to aqui na UnB? Eu gosto daqui. ainda mais mexendo com as plantas que eu gosto. Porque é isto, quando você trabalha com o que gosta, você trabalha com amor, com vontade, alegre e satisfeito. Aí as coisas vão pra frente.” Durante os 40 anos de experiência como jardineiro aprendeu que é preciso “plantar com o coração”.